Foto, um tanto mais recente...: https://www.google.com
FLORIANÓPOLIS
30-06-1990
Não conhecia Florianópolis no inverno. Mas tive sorte: cheguei depois da chuva, o sol irradiou forte e límpido, com um entardecer escarlate. O clima ficou ameno.
Antes eu ia frequentemente à ilha. Vi a biblioteca central da Universidade Federal de Santa Catarina ser ocupada, não muito tempo depois de ser inaugurada. Acervo paupérrimo, pouca capacidade técnica de organização. Eu dava aulas, consultorias. Fui até paraninfo da primeira turma de Biblioteconomia formada na universidade.
Adorava ser chamado para novas missões. Minhas amigas levaram-me de carro por todas partes, a todos os pontos cardeais, recorrendo as diversas praias. Eram ainda pouco sofisticadas, algumas apenas lugarejos de pescadores, mar aberto.
Comíamos camarão e lagosta nos rústicos restaurantes da lagoa, próximo à praia Joaquina. Dunas imensas!
Ainda voltei em meados dos anos 80 e depois, só no aeroporto, em rápidas escalas em direção a Porto Alegre.
Naquele período, a ilha de Santa Catarina virou moda. Os argentinos passaram a vir aos milhares, além de paulistas, paranaenses e gente de toda parte.
Do alto sobrevoamos a orla marítima, nas constantes viagens ao sul, dava para ver, ano após ano, o surgimento de espigões por toda parte: edifícios de apartamentos, mansões, avenidas.
A segunda ponte, já nos anos do “milagre econômico” aposentou Hercílio Luz. Agora estão ultimando a terceira ponte e, do outro lado, a cidade de São José cresce desordenadamente, com prédios cada vez mais altos, novas indústrias, hotéis e comércio variado.
Mas Florianópolis continua uma cidade bonita, agradável. Com relíquias de seu passado açoriano, suas tradições e sua quietude.
Novos restaurantes, uma orla marítima copacabanesca, um ar mais cosmopolita. Até um imenso shopping estão terminando. Certamente que o verão deve incendiar o ambiente pacato, sofisticando-o, animando-o.
Os dois dias que lá estive no decorrer da semana, brindaram-me uma cidade mais tranquila, fora da temporada turística.
Não encontrei algumas das minhas melhores amigas: nem Amélia, nem Mari Carmen (a boliviana), nem a norte-americana — como se chamava?! —, e Regina Célia (que agora mora no Rio de Janeiro).
Agora a Biblioteca Central tem um bom acervo, serviços automatizados e milhares de estudantes às mesas, pesquisando.
Cada tempo tem seu fascínio. Nem melhor, nem pior o de hoje. Bom mesmo é rever os caminhos andados, que já são outro caminho...
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